terça-feira, 25 de agosto de 2009

Work hard, play harder.

B. Aboard!

Bem, após uma discussão com minha irmã, vim aqui pro computador e comecei a pensar sobre certas coisas. (Geralmente me dá vontade de escrever nessas situações: raiva ou tristeza, raramente feliz eu escrevo algo crítico). Depois de gritar com ela e tentar dar conselhos do tipo 'eu sei do que estou falando, porquê já passei por isso' e de ouvir de volta apenas 'aaaah tá bom Bruna' ou então 'Anram, lição muito boa de moral que você deu, pense!' percebi algo... As coisas hoje em dia (na cabeça das crianças e adolescentes) são tão fáceis e acessíveis. Fazer o dever de casa não é mais feito pelo aluno, e sim pelos pais. Chegar em casa reclamando sobre a vida, sobre o colégio, aquele professor chato e as milhões de tarefas que eles passam pra casa não são suficientes para eles. Depois de ouvir tanto falatório e de segurar a raiva criando uma falsa e momentânea paciência, os pais ainda tem que ouvir o pedido de ajuda dos filhos com os estudos ou deveres. O que de princípio não parece ser algo de outro mundo, e como pais são pais, ajudam seus filhos e sentam na mesa junto a eles, dispostos a ajudarem no que puderem e lembrarem (no meu caso a irmã tentando ajudar a outra), acaba se transformando no pai, irmão, irmã, ou mãe fazendo o trabalho no lugar de quem realmente deveria fazer. Tudo hoje em dia é motivo de reclamação dos mais jovens, a roupa mais barata que a do colega, a bolsa sem macaco, o relógio que não possuem, o dinheiro que levam para o shopping... tudo é pouco... tudo é fácil de se pedir e difícil de se fazer. Parece que algo entrou na mente desses jovens, poluiu a coisa toda lá dentro, criou uma nova espécie de humano, saiu e olhou pra trás rindo, como quem diz: "Ahá! Agora quem vai ter que lidar são os pais!" Sei lá o que se passa na cabeça dessas meninas e meninos... Será que na visão deles a vida é realmente o mar de rosas do High School Musical ou até quem sabe a facilidade dos riquinhos, que, querendo ou não, acabam se tornando exemplos, e que ficará assim? Que a vida dará seu freio no tempo, e tudo permanecerá na época de colégio, onde papai e mamãe bancavam seu lanche, suas saídas, suas roupas, ou sendo um pouco mais direta, ou até mesmo inconveniente, permanecerão os pais desses jovens não só bancando o que for que eles precisem, mas bancando também os pais desorientados que não vêem que seus filhos aproveitam da boa vontade e abrem mais a boca pra reclamar do que para agradecer? Se pararmos para pensar, se pelo menos 70% desses jovens realmente possuírem a mente tão pequena e fútil, o país passará de mal governado e mal visto para pior. E o futuro da nação que passou das mãos da geração Coca-Cola, passa nas mãos da geração Mega e ilusoriamente capitalista, passará para o quê? Qual será o próximo passo?
Confesso, sempre fui muito bem resolvida quanto a esse assunto. Sempre olhei para o esforço da minha mãe (sim, porquê desde meus 7 anos tenho os pais separados e minha mãe para mim é mãe E pai) e dava valor aquele suor dela. Dela e da minha avó. (Sou talvez a maior fã que elas podem ter nesse mundo) A pensão do meu pai ajudava, mas nem tanto. Sempre vi o meu colégio como um privilégio, por mais que por um bom tempo não tenha dado devida atenção a ele devido a probleminhas já discutidos em outras postagens. Nunca dei valor a marcas, para mim isso não completa um ser humano em nada, sempre fiz minhas tarefas de casa só, meus trabalhos sempre foram feitos por mim, e quando pedia ajuda era ajuda MESMO e não pedia para alguém fazer por mim. Não vou mentir que isso quase aconteceu uma vez, mas me incomodou tanto o fato de estar sendo desonesta, que voltei atrás e fiz. Quando fazia algo errado, minha mãe dava sermão meeeesmo, e por mais que aquilo me irritasse na hora, absorvi cada palavra que ela disse. E vou te falar, todas foram certas. Incrível. Pode parecer clichê, mas mãe é mãe né? Acho que por ter tido a criação que tive, acho essas novidades todas muito estranhas e ridículas até certo ponto. Nem sei se é errado pensar assim, mas uma certeza eu tenho, pensar do jeito que muitos jovens pensam hoje em dia é que não é certo. Por isso escolhi o título desse post como: "Work hard, play harder", que significa: Trabalhe muito, e se divirta ainda mais. Esforço sempre é recompensado. Quando fazemos algo que podemos chamar de nosso, o resultado é ainda mais delicioso de se sentir e acabamos por nos divertir muito mais do que sofremos com a experiência.

É... quem sabe...
Vai ver o que eu escrevi nem tem sentido... talvez até tenha.
Mas é o que eu penso, agora é esperar pra ver o resultado dessa bagunça toda que acontece hoje em dia. Uma coisa é certa, poderei dizer que não fiz parte desse grupo, e contarei aos meus filhos tudo isso com o maior orgulho.


Beijão! :)

Bru.

sábado, 15 de agosto de 2009

M. Aboard!

(SEGUNDA FEIRA, 10/08/09)
Há dois dias perdi alguém especial. Alguém que admirava muito, alguém em quem eu me espelhava.
Não éramos tão próximos. Não sei sua banda ou cantor favorito, não sei qual o filme ou livro que ele mais gostava.
Lembro que o conheci numa boate, um cara sorridente que cantava todas as musicas comigo. Minha surpresa foi chegar na escola e descobrir que aquele cara seria nosso professor de inglês. Nunca gostei de aulas de inglês, o que não mudou, mas em suas aulas era diferente já que tinha aquela admiração enorme por ele. Ele se tornou o exemplo que eu gostaria de seguir, sendo a segunda das três pessoas a inspirar minha futura profissão.
Na última sexta feira soube que ele estava internado na UTI, em coma induzido. Fiquei loucamente preocupada e perguntei logo na escola, onde me disseram que ele estava internado ainda, mas estava bem. Me acalmei pensando apenas: "Calma Marcela, ele está bem".
Quando acordei para ir à escola no sabado, li no jornal que um professor de 35 anos estava entubado na UTI do hospital. A primeira coisa que veio em minha cabeça foi: "caraca... é verdade. Ele está mal.". À noite, estava começando a deixar tudo aquilo de lado e tentar me divertir em casa com alguns familiares, quando uma amiga me ligou com uma péssima noticia: "marcela, acabei de saber que ele morreu". Foi como se o tempo tivesse parado. Sentei em minha cama, sem conseguir respirar, sem conseguir processar aquilo... enquanto só ouvia o que minha amiga falava. Desliguei o telefone e não consegui mais me concentrar em nada... ficava com aquilo na cabeça. Estava chocada, e me sentindo enganada. Foi tudo muito rápido.
Domingo a tarde estava no carro com meus pais e meus irmãos quando a ficha caiu. Ele realmente havia morrido. Chorei em silêncio por muito tempo, até chegar em casa e poder estar só em meu quarto. Enquanto ouvia SOMEWHERE OVER THE RAINBOW / WHAT A WONDERFUL WORLD
chorava descontroladamente até cair no sono. À noite, olhei suas fotos... ele sorria em todas. Alegria, espontaneidade, amizade... tudo transparecia nas imagens.
Hoje durante a primeira aula, um professor estava falando sobre ele, o que me fez chorar bastante. Na segunda aula, tive uma enorme crise de choro, não aguentava mais aquilo. Nas últimas aulas, não conseguia mais parar.
Daria tudo para vê-lo vivo, sorridente apensa mais um dia. Apenas mais uma chance de dizer o quanto o admiro e o quanto me espelho nele. Apenas uma chance para dizer: "Edu, obrigada por tudo. Principalmete por ser a pessoa que me fez ter a certezado que eu quero ser. Muito obrigada Edu.".
Apesar de nosso pouco contato, tenho certeza que meus dias não serão mais os mesmos.
pode ter certeza de que não perdi apenas um professor, mas perdi um educador, um exemplo, um reflexo de tudo, uma companhia... perdi O professor.

Fica em paz Edu. Sentirei sua falta. Sentirei muito a sua falta.


EDUARDO SANTOS COELHO (08/08/2009)

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