sábado, 26 de julho de 2008

Haase.


B. aboard

Bem, como faz tempo que não posto aqui, decidi postar um texto de um amigo meu que escreve pra caramba! Muito muito bom mesmo!
Vou linkar o blog dele aqui, então qualquer coisa procura ali do lado, Walber Haase.


W. aboard!

Recordar é... é o que mesmo?


“Mas vejam só, os olhos já não podem ver, os cabelos brancos lhe fazem presentes balbuciando palavras que até ontem pareciam tão superficiais. Sua boca já não tem a mesma cor de trinta anos atrás, sua juventude lhe foi tomada como um véu da noite por entre seus dedos, e sobretudo, sua mente ainda suporta seu karma e sua mão ainda segura o cajado que por tantos anos foi seu companheiro. Suas pernas cansadas já não podem o levar até as velhas tabernas onde costumava conversar com seus irmãos e tomar um bom vinho, coisa de quando era criança, quando seu pai lhe dera a primeira tunica e lhe ensinara a empunhar uma espada. Tempos que antes lhe haviam sido negados por si próprio, quando por si próprio, lhe foram descobertos.


Este trecho é parte de um livro que eu ainda pretendo publicar, que fala sobre mitologia, afinal, recordar é… é o que mesmo?

Eu não me lembro muito bem da minha infância, tenho flashes subitamente estranhos, que aparecem principalmente nos momentos que eu não quero, e nem muito menos preciso, principalmente quando lembro dos momentos que gostava, e principalmente ainda sendo, dos que não gostava, e aí eu penso: “ai se sesse…”.

Muita coisa se perde no emaranhado de conexões nervosas do cérebro, minha memória nunca foi tão boa assim, eu esqueço rapidamente das coisas, esqueci até como toca minha música preferida… A memória realmente é uma lástima humana, envolvida pela desgraça da subita revolta pela vida, ou até mesmo, da vida. Juro que queria lembrar de muitos e muitos momentos felizes que tive, e sei que tive, na infância, com minha família, amigos, meus cachorros, meus instrumentos que iniciei minha jornada pelo triste e longo mundo musical onde só me estresso, mas me realizo pessoalmente, e também de tudo de ruim, para poder melhorar como pessoa. Imagine se nós não evoluíssemos, seríamos seres inanimados tal qual pedras à beira de um riacho. Mas aí vem a grande questão, nós evoluímos mesmo?

Cada dia que passa, vemos na TV, ou nem vemos TV, o que pode vir a ser pior, casos de tragédias envolvendo os seres mais evoluídos do planeta, quiçá, das galáxias, o homem que inventou a medicina avançada e aplicada, que inventou o avião, a roda, e o homem que inventou as balas e as armas, e o que inventou o alfabeto, para que eu possa vos dizer que: não, nós não evoluímos.

Ao contrário do que pensamos, o que fazemos é totalmente contrário e reverso à teoria da evolução das espécies, nós estamos regredindo, e não evoluindo, porque evolução não é matar o próprio filho, à não ser por instinto irracional, mas como somos os seres mais racionais, então, devemos ser encaixados no protocolo óbvio para nós, teoria da regressão. Sei que isso pode parecer muito “engajadamente correto“, mas a real razão para isso é que não temos o que tentar mudar, somos acomodados e dizemos: “Queremos justiça! Não pode mais continuar assim!“, mas porque a justiça não começa de nós mesmos? Sendo quem nós somos e parando de tentar chegar onde não devemos? Deixo outra pergunta em aberto, quem sabe um dia, alguém responda. Mesmo que as maiores chances disso acontecer sejam depois que a humanidade tenha se extinguido.

Walber Haase.



B. back!

Amei o texto. Sempre bom pra refletir não é? Minha criatividade tá brotando aqui, e assim que meu próximo post estiver bolado, eu posto aqui ok? Por enquanto fiquem com esse texto. Ah, o Walber é aquele ali, na foto :) (Como de costume, em preto e branco.)


Por enquanto é só, estou em standby. Já volto com novos textos e novas críticas :D


B.




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